O discurso do governador Tarcísio de Freitas, ao afirmar que o diploma universitário tem cada vez menos relevância, merece uma crítica importante. Incentivar os jovens a não buscarem o ensino superior passa uma mensagem preocupante, pois as habilidades essenciais citadas, como domínio do português, resolução de problemas e conhecimentos em idiomas, são profundamente desenvolvidas e ampliadas no ambiente universitário. O diploma não é apenas um pedaço de papel, mas um atestado de que o indivíduo passou por um processo formativo que favorece o pensamento crítico, a especialização e o aprofundamento técnico.
Além disso, é importante questionar: será mesmo que o mercado de trabalho não dá valor à formação superior? Ou será que há um interesse em formar uma mão de obra barata, destinada a fortalecer exclusivamente as elites brasileiras? Dados recentes mostram que, apesar dos desafios, quem possui ensino superior tem maior empregabilidade, salários até 57% a mais, e acesso a vagas estratégicas e planos de carreira que não estão disponíveis para quem tem apenas o ensino médio. A graduação ainda se apresenta como um importante diferencial competitivo, ampliando as oportunidades e garantindo maior estabilidade financeira.
Portanto, o discurso que minimiza o valor do diploma pode contribuir para desestimular a busca pelo conhecimento e aprofundamento que só a universidade proporciona, além de potencialmente favorecer uma lógica econômica que visa formar trabalhadores subqualificados para o benefício das elites. Dar esse exemplo pode ser prejudicial para o desenvolvimento pessoal e social dos jovens brasileiros, além de contrariar as evidências de que o ensino superior ainda é um fator decisivo para o sucesso profissional e econômico no Brasil.
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