A água, em seu curso incessante, é mais que o rio que mata a sede da terra seca. É espelho da alma, refletindo os humores do coração humano. Ora calma e serena, como a fé que nos ampara, ora revolta e turbulenta, como a paixão que nos arrebata. Assim é a vida do povo, que em cada amanhecer busca na água a força para seguir.
Como a lavadeira que encontra na correnteza do rio o alívio para o suor do rosto e a esperança de um novo dia, a alma também se banha nas águas da experiência, purificando-se das dores e renovando-se para os desafios. A água que nutre a plantação, fazendo brotar o sustento da família, é a mesma que corre nas veias, pulsando a vida e alimentando os sonhos.
No olhar do pescador, que lança a rede e espera a fartura, vê-se a paciência da alma que confia no tempo e na providência. E no suor do trabalhador, que verte como orvalho da testa, encontra-se a água da luta, que tempera o caráter e fortalece a esperança.
Água, alma e vida, entrelaçadas em um ciclo eterno, onde cada gota é um verso na poesia da existência. No dia a dia do povo, simples e forte, a água é mais que elemento, é companheira, é consolo, é a própria essência da vida que pulsa em cada coração.
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