quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Daqui para a frente, será prioridade ensinar aos filhos a importância do autocuidado

Será que teremos de mudar algumas direções em nossas atitudes educativas com os filhos após esse longo período – que ainda não terminou – de pandemia?

Temos muito no que pensar sobre esse tema, mas já dá para colocar em prática o que muitos adultos, principalmente, aprenderam durante esse período. Daqui para a frente, será prioridade ensinar aos filhos a importância do autocuidado – que leva ao cuidado com o outro. Uma discussão atual – tomar ou não vacinas – nos lembra que não vivemos sozinhos.

Da família à escola, ao trabalho, à vida social em todos os seus aspectos, estamos sempre em grupos, o que requer cuidados. Como colaborar com a proteção coletiva?

Tomemos dois exemplos: o sarampo e a poliomielite. O sarampo já havia sido declarado erradicado no Brasil; porém, voltou a circular, acompanhando o baixo índice de vacinação. A poliomielite está considerada erradicada, mas o momento é preocupante: em 2019, uma pesquisa mostrou que só metade da população se vacinou contra essa doença.

Percebe que podemos, com o autocuidado, promover o cuidado com o outro? E o cuidado tem a ver não só com a saúde e o bem-estar, mas também com a vida boa e respeitosa. Sempre é bom lembrar que, quando o grupo (familiar, social) vive bem, nossa vida pessoal fica melhor.

Os pais, quando cuidam das crianças pequenas, estão, indiretamente, ensinando o cuidado de si. Mas, a partir dos 6, 7 anos, é importante ensinar diretamente. Mostrar ao filho que ele arca com alguma consequência ruim por não ter avaliado os riscos de determinada atitude antes de tomá-la é um bom exemplo. Quanto aos adolescentes, é mais importante que eles já saibam o básico, mas continuem aprendendo como cuidar bem de si. Nessa fase da vida, há muitas tentações, e eles têm de pensar que, antes de ceder a essas iscas, precisam saber dos riscos que elas podem conter.

Outro tema que deverá nortear de agora em diante a educação dos filhos é a construção do processo de autonomia. Após quase dois anos apegados aos pais, será necessário incentivar o caminhar com as próprias pernas, sempre conforme a etapa vivida no momento. Como fazer? De início, tomando uma atitude simples: não fazer nada pelo filho que ele já possa fazer por si mesmo. Aliás, você se deu conta de quantas coisas faz por ele que deveriam ser da conta dele? Por que fazemos isso? Por quê?