quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Atenção: quanto mais nossas crianças e jovens frequentam o mundo virtual, maiores são nossas responsabilidades.



Atenção: quanto mais nossas crianças e jovens frequentam o mundo virtual, maiores são nossas responsabilidades. Por quê? Muitas crianças, a partir de 8 anos, já frequentam algumas redes sociais, e nem sempre com a tutela dos pais. E elas nem poderiam estar lá porque, como sabemos, é a partir dos 13 anos que qualquer rede social aceita a adesão dos internautas. O problema maior é que parte dessas crianças enganou a idade quando da inscrição, com o consentimento dos pais!

Estes, costumam justificar sua atitude dizendo que os filhos nasceram no mundo “50% virtual, 50% real” e que, por isso, eles não conseguem ficar excluídos das redes. E como as crianças sabem muito bem ser insistentes e usar argumentos que seduzem os pais, como por exemplo o conhecido “todos os meus colegas têm página lá”, acabam convencendo-os de que participar de uma rede social é algo tranquilo. Não é.

Vale a pena relembrar alguns aspectos importantes a respeito de crianças e de adolescentes até os 16 anos, mais ou menos. Como seres em formação, eles ainda não têm recursos pessoais desenvolvidos, o que os deixa frágeis e vulneráveis frente às adversidades da vida. É por isso que eles precisam dos adultos: para que cuidem deles porque ainda não sabem se cuidar.

Nessa idade, ainda estão em formação a sua identidade, diversos aspectos da personalidade, o autoconhecimento e o processo da conquista da autonomia, entre outros. Ah! Ainda que tenhamos nos desacostumado com a existência do autocontrole, de tanto testemunharmos adultos descontrolados nos espaços públicos e nos noticiários, as crianças e adolescentes ainda precisam de um tempo para alcançar a maturidade e, consequentemente, o autocontrole. E viver sem isso é prejudicial, pessoal e socialmente.

Considerando isso, vamos pensar nas crianças e adolescentes nas redes. Primeiramente, muitas delas sofrem assédio e nem sabem identificar isso porque não conhecem o fenômeno, não foram orientadas. Elas apenas sofrem com as consequências dessas vivências: a autoimagem fica danificada, emoções fortes como a tristeza, a ansiedade e a angústia, por exemplo, as assaltam, podem desenvolver distúrbios alimentares, do sono, muitas se isolam etc. Em resumo: a saúde dessas crianças e jovens em todos os seus planos – físico, mental e social –, pode ser prejudicada.

É inegável que o uso da internet traz muitos benefícios a eles, mas prejuízos também, justamente pelo fato de ainda não terem desenvolvido os recursos pessoais que possibilitam proteção para se defender de ataques e assédios. Mais uma vez: é por isso que precisam de nós, adultos, tutelando seu acesso à internet. E tutelar é justamente isso: defender e proteger quem está sob sua responsabilidade, certo?

Antes de as escolas fecharem por causa da pandemia, a maioria dos pais se preocupava com o tempo de dedicação dos filhos ao mundo virtual. Nunca existiu nem existirá um tempo cronológico adequado porque as crianças são diferentes, vivem em ritmos diferentes; o importante era não permitir o exagero, ou seja, mais horas no mundo virtual do que em outras atividades.

Mas agora é preciso redobrar a atenção porque não basta limitar o tempo na internet: é preciso cuidar do que eles fazem nas redes. Sua filha ou seu filho sai do local virtual em que estava assim que você se aproxima? Sinal de alerta!

Se não dá para ficar perto deles o tempo todo, lembre-se de que eles podem usar a internet no celular ou tablet com a imagem espelhada no aparelho de televisão. Dessa maneira, você tem mais facilidade para saber o que ele está fazendo, mesmo estando mais distante dele.

Eles precisam saber que você irá tomar os cuidados necessários para protegê-los no uso da internet. Nada de olhar o celular escondido: diga claramente que é sua responsabilidade fazer isso regularmente.

domingo, 4 de outubro de 2020

TODO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO ESCOLAR PRECISA DE PLANEJAMENTO!

Todo início de ano letivo, os pais que levam os filhos pela primeira vez à escola, ou aqueles que transferiram seu filho para uma outra escola, se acostumam com uma palavra que será repetida muitas vezes: adaptação. Primeiramente, o aluno precisa se apropriar do ambiente físico. Depois, muitos pensam que os alunos precisam apenas se adaptar aos professores e aos colegas. Não: todos os trabalhadores da escola precisam ser conhecidos por nome. Nada de “tia da limpeza”. Claro que demorará um tempo, mas isso faz parte do processo de humanização dos relacionamentos interpessoais, que colabora para instaurar o respeito entre todos. Chega, então, o tempo de conhecer os princípios da escola, sua organização e seu funcionamento. Com o desenvolvimento de todas essas aprendizagens, os mais novos começam a entender o que significa ser aluno naquela escola.

Sabemos que crianças e adolescentes têm maior facilidade do que adultos para se adaptar a mudanças: para tanto, basta que sejam acolhidos em sua insegurança inicial e acompanhados em seus passos para o necessário encorajamento e tutela, é claro.


Por outro lado, eles também podem oferecer maior resistência sempre que iniciam a mudança. Acordar, deixar de jogar, trocar-se, tomar banho, ir para a escola, por exemplo, são atividades que pedem rituais de transição para facilitar a passagem e vencer as resistências. Depois de tanto tempo em casa, sem ir para a escola, os mais novos vão precisar de um período de adaptação, tanto em casa quanto no colégio. Por isso, famílias e escolas precisam se preparar. E não se engane: mesmo os que estão implorando para a volta às aulas precisarão dessa adaptação. É que o retorno na imaginação deles é uma coisa, e a realidade será bem diferente.

Em casa, volta a valer com maior rigor o cumprimento de horários, e sabemos o quanto isso é difícil para as crianças, por um motivo simples: o tempo, para eles, é o experiencial e não o do relógio, não é verdade? De nada adianta dizer a uma criança, por exemplo: “Você só tem 10 minutos para colocar o uniforme!”. Se o tempo é pequeno, o adulto precisa acompanhar o processo com a criança. Organizar o material escolar, o uniforme ou a vestimenta que usará, acordar em tempo para um café com companhia são exemplos de rituais que ajudam a criança a se despedir de casa, da família, e ficar pronta para sair de lá.

A escola é o lugar certo para eles aprenderem isso. E é bom saber que não se trata apenas de obedecer a regras. Aprenderão o princípio do cuidado com a própria saúde e com a dos outros, o que dá noção de responsabilidade! E todo processo de adaptação escolar precisa de planejamento!