segunda-feira, 21 de julho de 2014

VOCÊ É FELIZ?

Antes de escrever sobre isso, melhor procurar uma definição para FELICIDADE. Podemos encontrar em vários dicionários da língua portuguesa, mas a melhor definição encontrei na Wikipédia (Enciclopédia Livre) no link entre parênteses (http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade). Ela diz: "A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena". Vivemos tempos intensos e ando escrevendo sobre isso algumas vezes. A informação nunca esteve tão presente em nossas vidas e me alegro por isso. Vejo pessoas que antes ficavam "presas" em casa sem uma ocupação que não a TV (que aberta está meio antiquada) e que agora tem a oportunidade de, por meio das redes sociais, se expressarem, encontrarem velhos conhecidos e novos amigos. Isto é maravilhoso. Mas infelizmente, vejo também que as redes sociais são usadas para expor problemas pessoais, denegrir a imagem de pessoas, mostrar as desgraças do mundo, enfim, toda sorte de mazelas (e isso é democrático, apesar de que eu não goste). Contudo, quando expomos os outros, que não tem nada a ver com nossos problemas, começamos a entrar em terrenos que fogem ao nosso direito. Começamos a passar sobre o bom senso (para dizer pouco) e a entrar em uma ciranda de hipocrisias que no fundo, acabam por atingir quem faz este tipo de coisa. Bom, não tenho nada a ver com a vida dos outros, prefiro até excluir quem vive assim, pois as infelicidades alheias acabam por nos atingir e nos deixar infelizes também. Apenas fico triste, porque as redes sociais são uma forma tão bacana de irradiarmos coisas boas. Enfim, deixo minha esperança de que amanhã possamos acordar e deixarmos de lado as bizarrices e desgraças para nos dedicarmos mais à nossa própria felicidade. "Ninguém é tão bom que não tenha defeitos e também tão ruim que não tenha virtudes".

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O correto uso do papel higiênico

Este seria (ou será) O ÚLTIMO texto escrito por João Ubaldo Ribeiro para o Jornal "O Globo". Definitivamente, acho que o Céu está ficando mais interessante que a Terra.

O correto uso do papel higiênico

Esta foi a última coluna escrita por João Ubaldo Ribeiro, que seria publicada no dia 20 de julho

O título acima é meio enganoso, porque não posso considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a coletividade e o ambiente. Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de tevê.
Tudo simples, como em todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores. Nos banheiros domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias (milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por escolha aleatória. Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal, colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo.
Agora me contam que, não sei se em algum estado ou no país todo, estão planejando proibir que os fabricantes de gulodices para crianças ofereçam brinquedinhos de brinde, porque isso estimula o consumo de várias substâncias pouco sadias e pode levar a obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas vejo um defeito. Por que os brasileiros adultos ficam excluídos dessa proteção? O certo será, para quem, insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir alimentos industrializados, apresentar atestado médico do SUS, comprovando que não se trata de diabético ou hipertenso e não tem taxas de colesterol altas. O mesmo aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de algum debate, em que alguns radicais terão proposto o Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os menus, constem, em letras vermelhas e destacadas, as necessárias advertências quanto a possíveis efeitos deletérios dos ingredientes, bem como fotos coloridas de gente passando mal, depois de exagerar em comidas excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós fazemos nesse terreno é um absurdo e, se o estado não nos tomar providências, não sei onde vamos parar.
Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles.
Sei que esta descrição do funcionamento da lei da palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer na prática. Mas é seu resultado lógico e faz parte do espírito desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo de coisa vem prosperando entre nós, com gente estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria social. Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos. Temos que ser protegidos até da leitura desavisada de livros. Cada livro será acompanhado de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim de garantir o indispensável acesso de pessoas de vocabulário neandertaloide. Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se.
João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) era escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-correto-uso-do-papel-higienico-13297732#ixzz37qPMM4xU
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terça-feira, 15 de julho de 2014

MEMÓRIA

Um dia destes li nas páginas do facebook uma frase que dizia mais ou menos assim: "não sou rancoroso, apenas tenho boa memória". Não sei ao certo se era assim, mas tenho certeza que era algo parecido. Mas chego a conclusão que ter boa memória não é algo muito bom. Principalmente em um país onde as pessoas não costumam lembrar-se do almoço de ontem. O ruim de ter boa memória é que sempre estamos confrontando as pessoas com o que elas disseram no passado. Por exemplo, alguém defende uma posição ontem de forma veemente e hoje tem uma posição completamente diferente. Isto, por estranho que pareça, acontece de forma corriqueira. As pessoas dizem "nunca mais" e "juram" com a mesma rapidez com que criticam ou elogiam a mesma pessoa. Dependendo do contexto a pessoa é "ótima" ou "horrível" no mesmo dia. Enfim, coerência não é algo que devemos cobrar das pessoas o tempo todo, pelo menos não adianta. Isto agora virou um dilema. Fulano fala isso hoje e aquilo depois e lamentavelmente "eu" tenho boa memória e "língua grande", porque sutilmente informo ao cidadão (cidadã) que a sua opinião era outra há bem pouco tempo. E me respondam com franqueza: quem gosta disso? Mais uma vez minhas orelhas começam a arder. Acho até que já escrevi sobre isso algum dia, mas para isso minha memória não é tão boa, kkk.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

VITÓRIA E DERROTA



Não queremos perder, nem deveríamos perder: saúde, pessoas, posição, dignidade ou confiança. Mas perder e ganhar faz parte do nosso processo de humanização. (Lya Luft)

Quando perdemos, somos derrotados, é muito da natureza humana sair procurando culpados, da mesma forma, quando ganhamos saímos procurando heróis. Vamos do inferno ao paraíso (ou vice-versa) em questão de segundos. Somos seres passionais do tipo que “ou você está do meu lado ou contra mim”, então, nossos julgamentos são discutíveis sempre, porque a paixão é discutível sempre.
Nem sempre quem perde é derrotado, pois derrotado é aquele que não aprende com uma derrota. A vitória consiste em levantar a cabeça e dar a volta por cima. Procurar uma nova oportunidade de vencer. E estas oportunidades nos são dadas sempre, somente devemos nos preparar para elas.
No esporte, por mais que seja dolorida a derrota devemos nos lembrar sempre que é apenas esporte, não é uma vida que se esvai, é uma emoção grande que passa, simples assim, passa.
Nosso foco deve ser no dia a dia, em nossa família, em nosso trabalho, em nossos compromissos. E não transformar tudo em uma enorme tempestade. Atacar a honra e dignidade das pessoas por razões tão fúteis não vão ajudar a fazer com que aquilo em que acreditamos melhore.
Enfim, devemos ter sempre em mente que o que nós pensamos não é, necessariamente, o mesmo que os outros pensam. Temos perspectivas diferentes sobre o mesmo tema, então, por mais que possamos não concordar, devemos ao menos respeitar.

vi.tó.ria
sf (lat victoria) 1 Ação ou efeito de vencer o inimigo em batalha; triunfo. 2 Esp Vantagem definitiva que, numa competição, uma pessoa ou equipe alcança sobre outra pessoa ou equipe. 3 Bom resultado de um negócio ou empresa. 4 Resultado feliz, obtido a preço de certos esforços. 5 Moeda inglesa. 6 Espécie de carruagem de quatro rodas e descoberta. interj Exclamação de triunfo. V. de Pirro: vitória em que o vencedor sai prejudicado. Cantar vitória: gabar-se de ter conseguido o que desejava; gloriar-se de um feito.
der.ro.ta
sf 1 Ação ou efeito de derrotar. 2 Desbarato, destroço de um exército. 3 Grande revés. 4 Grande estrago. 5 Desastre, insucesso, perda.

sábado, 5 de julho de 2014

IDIOSSINCRASIAS

Pipocam pelas redes sociais cada absurdo que me impressionam. Agora mesmo vi uma imagem onde diziam para levar o Neymar no SUS. Seria engraçado se não fossem trágico. Neymar é muito rico e ganhou seu dinheiro honestamernte. Não precisa do SUS. Ele não tem culpa se nossos políticos são corruptos e se nossa sistema público de saúde é uma porcaria. As pessoas ricas ou que ficaram ricas em sua grande maioria não são culpadas por isso. Fica fácil ficar culpando as pessoas pelas nossas desgraças. Ficar choramingando pelas redes sociais as nossas carências. As pessoas atacam os que enriqueceram como se nossa pobreza fosse culpa delas. Como se a saúde e a educação pública fossem ruins porque elas ficaram ricas ou algo parecido. Agora, o Ronaldo, o Neymar e todos os outros são FDP porque são ricos?. Isso é ridículo porque na hora de colocar seu voto na urna (digitar) eles não vão lá votar por você. Eles não ficam pedindo favores a políticos por nós. Somos nós que devemos mudar a nossa realidade como eles mudaram a deles. Se são famosos e ricos é porque tiveram além de sorte, muita competência para isso. Se ganham milhões de salário enquanto muitos ganham salário mínimo é culpa de quem mesmo? As vezes temos amigos, colegas ou parentes que melhoram de vida e ao invés de procurarmos melhorar também, ficamos criticando os que cresceram. Esqueça a vida dos outros e concentre-se na sua, somente assim você irá melhorar de verdade. Vamos para a escola gente, depois criticamos as pessoas.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O QUE SOMOS AFINAL? (PROFESSORES)



Não é de hoje que vemos vários especialistas em educação e também em outras áreas divagando sobre se somos professores ou educadores ou “sei lá o quê”. E este assunto chega, evidentemente, nas escolas e provocam debates às vezes acalorados ou monólogos sobre este ou aquele pensamento. Geralmente quando alguém defende uma posição os outros preferem não opinar, mesmo pensando de forma diferente. Não por medo ou “preguiça”, mas, via de regra, por não estarem tão convictos assim de sua posição ou mesmo porque não possuem argumentos sólidos para defender seu pensamento. Refletindo sobre o tema, defendo que somos ambos. Sei que é uma posição confortável, pois neste caso é como se ficasse em cima do muro. Mas é porque acredito que além de ensinarmos, querendo ou não, acabamos por educar. Somos professores e educação teria que vir de casa. Mas sabemos que isso não acontece na maioria dos casos. Quem trabalha com crianças pequenas, como na Educação Infantil e no Ensino Fundamental da Primeira Fase creio que me entende melhor. São apenas crianças e em grande parte com problemas familiares graves. Acredito também que na escola somos todos educadores, desde o porteiro até o diretor. Temos que nos ater a tudo que envolve estas crianças para podermos entender o que se passa com elas, mesmo sabendo que na maioria das vezes não vamos resolver seus problemas familiares (sociais). A educação como processo de ensino (formal) e como puro processo de educação (informal) não acontece apenas nas escolas, ela acontece principalmente fora delas. Então, para que tenhamos sucesso, precisamos considerar a criança como um todo e não apenas como embalagem vazia que precisa de conteúdo.