Os alunos estavam todos lá, com raras exceções. Eram dezenas, vindos de cinco ou seis escolas diferentes. O ambiente fervilhava: faziam barulho, reclamavam, brincavam, sorriam, inquietos, como se soubessem que aqueles eram os últimos momentos de uma etapa.
De repente, começou. Do início ao fim havia o tempo de sentar, de ouvir, de prestar atenção. Mas eles continuavam da mesma forma: entre discursos da mesa de autoridades e apresentações de colegas, a maioria conversava alto, gargalhava, aproveitava cada instante com o celular que, na sala de aula, era proibido.
O tempo passava, como a vida que passa. E lembrava os versos de Carlos Drummond de Andrade:
"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu..."
Assim, entre risos e distrações, a cerimônia seguiu seu curso. No final, o local do evento ficou tal qual uma sala de aula ao fim do dia: cadeiras fora do lugar, papéis esquecidos, ecos de vozes ainda pairando no ar — e a sensação de que aquele capítulo havia se encerrado, mas a história apenas começava.
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