segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Que cada um escolha seu ogro, seu feinho, seu jeito único de amar.

A reportagem “Shreking: conheça o fenômeno que explica por que mulheres como Selena Gomez e Beyoncé se apaixonam por ‘feios’”, de Lazuli Reis (O Globo, 10/11/2025), traz um tema moderno e bem divertido: a quebra dos padrões estéticos tradicionais inspirada no ogro Shrek. Afinal, nada mais atual do que ver celebridades escolhendo parceiros que fogem daquele padrão “príncipe encantado”, deixando muita gente de queixo caído.

Mas será que toda essa história do “feio que conquista” não esconde um misto de verdade e contradição? A reportagem aponta, com razão, que cada um tem suas próprias preferências — porque beleza está mesmo “nos olhos de quem vê”. Porém, parece que ainda vivemos numa sociedade onde o “ter” (carro, status, conta bancária) fala mais alto que o “ser”. E o “ser”, para muitos, virou sinônimo de “ter aquele padrão de beleza e renda que impressiona”. Ou seja: a auto estima anda meio policial atrás do aparente, e esqueceram que personalidade e humor também contam.

Achei engraçado pensar que, enquanto a Geração Z roda o jogo e quer saber de presença e maturidade emocional, a maioria ainda mal consegue desviar do espelho e da conta do banco! Como diria Mary Del Priore, que a gente respeita, o cansaço dos galãs narcisistas é real — mas será que homens “podem ser feios”, e mulheres não? Parece que a coisa ainda é cheia de dupla moral.

No fim das contas, o “Shreking” mostra que o amor não precisa ser da “fuleiragem de príncipes de conto de fadas”. Que cada um escolha seu ogro, seu feinho, seu jeito único de amar. O problema mesmo é quando os padrões impostos decidem por nós e confundem o que importa: ser feliz, não só parecer feliz de Instagram com o “carro do momento”.

Quer dizer, se é para escolher pela beleza, que venha o Shrek... mas pelo menos que o ‘feio’ tenha um coração de ouro — porque só isso vale, no final!

Nenhum comentário:

Postar um comentário