Nosso país está caminhando para
trás. Tudo o que foi conquistado pelos mais humildes, pelos que precisam mais,
está sendo destruído por aqueles que não precisam, que sempre se aproveitaram
da maioria da população para enriquecer. É uma triste realidade. Não adianta
tirar os corruptos do poder e colocar outros, em uma cegueira ridícula onde
quem é contra um é a favor do outro. Será que podemos confiar em alguém, até
mesmo na justiça. Pobre Supremo Tribunal Federal, já foi, já era, suas fileiras
estão contaminadas (ou sempre estiveram). Dentro de tudo isso, temos a educação
de nossos filhos sendo contaminada pela falta de escrúpulos, asfixiada em nome
da mediocridade de uma minoria. A educação que sempre é prioridade nos
palanques políticos, é investimento no discurso, vira despesa nos fatos. Fiz um
exercício de imaginação e imaginei o professor como um médico do SUS. O
professor chega em sala de aula, todos os alunos na fila de espera para o
atendimento, e, calmamente, ele vai chamando um por um. A criança chega (vamos
imaginar que seja um aluno de 3º ano do ensino fundamental), o professor olha,
avalia (as vezes nem olha e nem avalia), com calma, faz pequenos testes e “receita” algumas lições, isto tudo
com a mãe do lado, prescreve um pequeno texto, algumas lições de matemática,
uma leitura da história local e pede que a mãe, de jeito nenhum, deixe seu
filho sem “tomar” aquelas lições. Assim faz com todos os 30 pacientes, digo,
alunos. Ao final do dia, claro, satisfeito com seu desempenho, volta para casa,
com a certeza de ter prescrevido tudo o que seus alunos precisavam, de acordo
com a necessidade de cada um, considerando, claro, suas particularidades. Não é
um exercício fácil de imaginação, para quem está diariamente na escola, das
mais variadas, com alunos de origens muito distintas, com realidades que vão de
horríveis a péssimas (claro que temos as boas também). É uma situação que se
deteriora com o passar dos anos, pois a sociedade como um todo (governantes,
governados e famílias) não compreende o papel fundamental que a escola
(educação) tem na vida de todos nós. Um professor trabalhando em três períodos,
não chega a ganhar um terço do que ganha um médico, por um trabalho não menos
importante e em condições de trabalho bem menos favoráveis. Salas abarrotadas
de alunos, profissionais desmotivados (e não falo somente de professores, pois
a escola é mantida por um conjunto, por uma equipe) e carência de recursos são
o estopim para a baixa qualidade da educação no Brasil. Não basta termos
algumas ilhas de sucesso, é necessário que o conjunto todo funcione para que
nosso país se torne de fato o ‘país de todos’.
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