É difícil escrever, mesmo que seja para eu mesmo. São tantas
regras que criamos e "prescrevemos", mas sempre para os outros. Tantas cercas que
colocamos sem pensar que estas mesmas cercas são as que vão nos impedir de ir
onde queremos. É sempre mais fácil atirar pedras. Nos esquecemos que nossos
desejos de hoje não serão os mesmos amanhã. Nossas verdades de hoje poderão ser
as mentiras da semana que vem. Hoje você pode preferir chuva e amanhã sol. Então,
para que julgar o tempo todo como se fossemos juízes do mundo. Outro dia escrevi
sobre o fato de que muitas pessoas que falam sem pensar e sem parar, “desdizem”
suas falas amanhã sem o menor remorso. Claro que temos o direito de repensar e
mudar de ideia, mas até onde podemos ir somente nossa consciência poderá dizer.
O vilão de hoje ser o meu herói amanhã me soa um pouco exagerado. Ou pior, o
vilão de ontem vira herói hoje, ou sendo mais claro, aquele que ontem era meu
mais feroz inimigo, hoje é um exemplo de pessoa. Ninguém é tão ruim que não
tenha virtudes e nem tão bom que não tenha defeitos. Tudo passa e nossa memória
não é tão prodigiosa assim. Mas nós também nos aproveitamos disso para “esquecer”
nossas verdades anteriores em prol de nossas novas verdades (interesses). Mais um
“Natal”, que neste momento não esqueçamos tudo o que falamos durante o ano, não
esqueçamos que somos egoístas a ponto de não enxergar um palmo à frente do
nariz. Mas também, entre um gole e outro (para quem gosta), entre uma garfada e
outra, nos lembremos que como nós, os outros também são humanos.
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