terça-feira, 24 de junho de 2014

Fazendo HORA EXTRA



É hora de ser feliz, não deixa para depois, pois poderá ser tarde. Não é uma previsão catastrófica, é apenas uma constatação. Claro que não podemos viver com a pressão de que amanhã não estaremos mais vivos, o que pode ser verdade, mas é humanamente impossível prever e viver com isso. Contudo, é preciso ter consciência de que quem faz planos em longo prazo, geralmente não os conclui. Depois de mais de quarenta anos de vida chego a uma conclusão óbvia, mas verdadeira. Nós (e não “nóis”) quando passamos dos 40 começamos a fazer hora extra aqui neste mundo. É uma curva descendente. Começamos mais a perder do que a ganhar. Perdemos nossos entes queridos, perdemos nossa força vital, nossa animação. Seria isso uma tristeza? Claro que não! Apenas precisamos nos conscientizar disso e viver de acordo com nossas possibilidades vitais. Muito do que se fazia até os 30, agora já se torna um sacrifício. Toda a força que tínhamos se esvai, nos abandona como se partisse pra outra, como se procurasse outros mais jovens para se divertir. Horas sem sono já deixam reflexos. Exageros na bebida e na comida já cobram por isso. Correr atrás de uma bola ou até de filhos e netos já se torna uma tarefa dura. Enfim, não é deixar de viver, mas é sim viver com a consciência de novas limitações, de um novo modo de viver, de novos prazeres e da certeza de aproveitar melhor os momentos que às vezes desperdiçamos na juventude.

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