segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O ocaso da educação

Enquanto as “pesquisas” e as “estatísticas” forem o norte para se escrever sobre educação, os professores vão continuar valendo o que valem, ou seja, nada. Qualquer um se dá ao trabalho de escrever sobre educação e enumerar os problemas da falência desta instituição neste país. Mas será a educação capaz sozinha de acabar com todos os males do mundo (Brasil)? Respeito todos os profissionais que discorrem sobre os problemas educacionais deste país, mas respeito mais a opinião de muitos colegas de trabalho que estão dia-a-dia na sala de aula com turmas de 30 a 40 alunos das mais variadas origens. É claro que temos profissionais na sala de aula que deixam a desejar, concordo também que o salário não é desculpa para um trabalho mal feito. Mas daí a colocar toda a culpa pelo fracasso do processo educacional nas costas dos professores é um verdadeiro descalabro. Primeiro, vamos olhar a educação sob um aspecto social. O professor atende a sua clientela “a granel”, ou seja, uma turma de 30 a 40 alunos de cada vez, com seus mais variados problemas: crianças com laudo, crianças com problemas, mas sem laudo, crianças com defasagem enorme na aprendizagem, crianças com defasagem de idade/série, crianças que vivem no submundo social, enfim, as mais variadas origens, como já dito. Diferente de outros profissionais como por exemplo os médicos, dentistas, engenheiros, etc., todos estes, mesmo que tenham uma multidão à sua espera, sempre atendem um de cada vez, nem mais nem menos. Nós professores temos que ser apenas isso: PROFESSORES. Quem educa são os pais, nós como professores temos o papel de ensinar, de ajudar nossos alunos a construir e desenvolver seu próprio conhecimento, tornando-os seres independentes e participativos. Queremos em sala de aula crianças com um mínimo de educação, com noções de respeito, com a mínima higiene pessoal, assim, aposto, nosso papel seria bem mais salutar. Ao contrário, temos hoje em sala de aula vários papeis. Entre eles o de pai e mãe, de tio, de padrinho. Por quê? Porque além de ensinar temos que educar, assim nossas crianças vão perdendo tempo e conhecimento ao longo de sua vida escolar. Como explicar algo com a balbúrdia feita nos quatro cantos da sala? Você começa a atender um aluno os outros deixam o que estão fazendo para brincar, conversar, brigar, etc., e olha que falo isso me considerando um professor “linha dura” que domina a sala de aula, mas mesmo este domínio tem lá seus limites, você fica bravo com uma turma aqui, outra acolá e no mesmo instante eles já estão fazendo a mesma coisa, enquanto isso passa-se o tempo e a aula. Mais um dia se vai. Sei que alguns vão ler e dizer assim: você deve dar uma aula mais interessante. Meus amigos, é o que eu tento todos os dias, sem falta, com conteúdos interessantes, metodologias diferenciadas, brincadeiras, mas os meus trinta e tantos alunos não parecem reconhecer isso. Bom, vamos tentar de novo, todos os dias.

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