Um dos caprichos da Humanidade é ver cada qual o mal alheio antes do próprio. Por que
condenar nos outros o que desculpamos em nós? Antes de criticar alguém, consideremos se
a própria reprovação não nos pode ser aplicada. Ouando criticais, que dedução se pode
tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e
valeis mais que o culpado (ESE, Cap. X item 16). Se nos julgamos superiores àquele que
criticamos é porque ainda somos movidos pelo orgulho, pelo amor-próprio. Eis no fundo o
móvel de nossas palavras. Comprazemo-nos na eventual supremacia de nossas qualidades,
satisfazemo-nos com o capricho do EU SUPERIOR. Ao invés de uma postura
espiritualizada que visa o bem sincero do próximo, estamos antes satisfazendo o nosso
próprio ego. O homem autêntico se ama como é e não como gostaria de ser visto. É isso
que distingue o amor a si do amor-próprio.
Não julgueis para não serdes julgados. (Mt., 7:1)