Não nos damos conta do quanto
passa rápido o tempo e de como ele pode ser implacável. Nos esquecemos que
somos mortais e que a qualquer momento a despedida chega. Acordamos para a vida
ou para a morte quando nos deparamos com ente queridos que antes nos saltavam
aos olhos fortes, firmes e como exemplos de firmeza diante do tempo. Agora,
estes mesmos entes queridos nos aparecem, do dia para a noite, frágeis,
suscetíveis à famigerada morte. Sua fragilidade, sua fraqueza, sua debilidade
diante do tempo nos assusta a ponto de nos dar medo. A voz antes firme, agora
sai fraca, quase um sussurro comparada com a de antes. Assustados, olhamo-nos
novamente e percebemos que o tempo não nos esqueceu, passou... E, sem dó ou
piedade, nos afasta definitivamente de pessoas que davam ou dão sentido a nossa
existência. As vezes ou quase sempre, nos deixamos levar por sentimentos
tristes, nos corrompemos pela ignorância e pela vaidade. A anagênese da vida é
inevitável, assim como é inevitável o fim. Contudo, mesmo certo desta “inevitabilidade”,
continuo acreditando que morremos mais por fora que por dentro. Que a vida é
mais que o que nossos olhos veem e, que os sonhos são realizáveis.